Ter unidade de saúde em bairros carentes da cidade significa muito mais do que uma construção civil. O acesso à saúde de qualidade é necessário e fundamental, seja em que bairro for, mas, quando se trata de uma comunidade como a do 17 de Março, a realidade é diferente, já que, praticamente, quase que a totalidade da população depende do serviço público. Por isso, quando a Unidade Básica de Saúde (UBS) Roberto Paixão foi inaugurada, há um mês, a população local começou a vivenciar uma transformação na rotina que impacta diretamente o desenvolvimento, não somente da saúde em si, mas na maneira como se enxerga e planeja o futuro.
Do começo das atividades até hoje, foram 1.913 atendimentos realizados, isto somente no setor clínico, um fluxo considerável que permitiu que moradores com a jovem Stefany Santos, de 21 anos, colocassem um fim à antiga peregrinação por unidades de saúde em bairros vizinhos. Ela, que está no último mês de gravidez, era atendida na UBS Osvaldo Leite, no Santa Maria. “Acompanhei toda a minha gestação por lá, mas, precisava caminhar muito e, quanto mais a barriga crescia, ficava mais complicado caminhar tanto. Com uma unidade mais próxima, ficou mais tranquilo, sem contar que, com o prontuário eletrônico, minhas informações já estão todas aqui”, contou.
O investimento realizado pela Prefeitura de Aracaju de mais de R$ 1 milhão, que ainda contou com a participação da Universidade Tiradentes (Unit), que contribuiu com R$ 450 mil para a compra de equipamentos para a gestão compartilhada, a UBS possui sala de acolhimento; nove consultórios; sala de odontologia, com duas cadeiras; salas de observação, vacina, curativos e nebulização; farmácia; sala de reunião; administração; recepção; espera; e sanitários masculinos e femininos, dotados de acessibilidade.
Mesmo com estrutura adequada, era preciso ainda ter um atendimento de qualidade, e isto tem sido ofertado à população, como ressaltou a gerente da unidade, Suane Oliveira. “A unidade era um desejo antigo e uma necessidade da população. Toda a equipe tem consciência da importância que é o acolhimento de qualidade. O primeiro mês de adaptação e contamos muito com a compreensão dos pacientes, mas, temos nosso olhar focado em melhorar, cada vez mais, o atendimento que oferecemos. Vim de outra unidade de saúde e o que percebo na do 17 de Março que a sensação de pertencimento por parte da população é muito maior e isso é extremamente positivo”, salientou.
A aposentada Rosária Maria de Jesus, de 56 anos, tem sentido o que é poder contar com um serviço essencial tão próximo de casa e numa comunidade que teve momentos de inércia. “Não tenho do que reclamar aqui. Já vim à unidade três vezes e fui muito bem atendida. Uma das grandes vantagens é que não preciso acordar tão cedo e caminhar muito para conseguir ser atendida. É muito mais tranquilo”, ressaltou.
A dona de casa Josileide Ferreira, de 36 anos, foi à unidade no dia em que foi inaugurada. Ela desejava ver como ficou a primeira UBS do bairro e contou com satisfação como se sentiu na ocasião. “Tinha muita gente contente por receber a unidade de saúde. Eu queria ver de perto ela sendo entregue pelo prefeito porque há muito tempo essa era uma vontade de todos os moradores. Quando precisei de atendimento, sabia que estaria dentro do meu bairro e sendo bem assistida. A unidade é toda bem equipada, arrumada e temos pessoas muito boas que cuidam da gente”, considerou.