Em Aracaju, assistentes sociais atuam na perspectivica da garantia de direitos e da cidadania

Assistência Social e Cidadania
15/05/2020 09h00

Lutar em defesa de uma sociedade mais igualitária e justa socialmente são alguns dos compromissos do assistente social, profissão que surgiu no Brasil em meados da década de 1930. Atualmente, na Secretaria Municipal da Assistência Social da Prefeitura de Aracaju, cerca de 140 assistentes sociais trabalham, incansavelmente, para garantir os direitos da população em situação de vulnerabilidade social, assistida nos 31 equipamentos socioassistenciais da capital, nas políticas públicas do Município.

Em meio à pandemia de covid-19, esses profissionais fazem parte de um dos serviços considerados essenciais. São equipes que atuam na linha de frente do combate à doença, contribuindo, significativamente, para que o vírus não se dissemine entre a população mais carente da capital sergipana.

Durante o período de pandemia, o assistente social tem sido peça fundamental no fortalecimento de uma luta cujo oponente é invisível. Conscientizar, acolher, promover o acesso às políticas essenciais que melhorem a qualidade de vida da população vulnerável são alguns dos serviços atribuídos aos profissionais, que exercem o seu fazer diário muito além de momentos como esse.

Para além dos problemas gerados pelo novo coronavírus, esses profissionais têm que lidar com os mais diversos contratempos enfrentados pelos cidadãos vulneráveis socialmente ou que tiveram os seus direitos violados. Para desempenhar com êxito o árduo trabalho é necessário que o assistente social tenha uma visão ampliada daquilo que é estabelecido pelo Sistema Único de Assistência Social (SUAS).

De acordo com a secretária da Assistência Social de Aracaju, Simone Passos, os assistentes sociais têm um papel fundamental no processo de garantia e proteção dos direitos dos que mais precisam. “O assistente social traça uma linha de pensamento frente às demandas, sendo aquele profissional que faz a análise do problema, busca estratégias e faz contato com as redes intersetoriais para tentar garantir o direito à educação, saúde e segurança alimentar e nutricional às famílias”, detalha Simone.

A secretária aproveita a data para reconhecer e parabenizar esses profissionais pelo trabalho que desenvolvem, em especial nesse momento de pandemia, pois apesar das adversidades continuam a atuar de forma humana e com profissionalismo. “Parabéns a todos os assistentes sociais pelo apoio que têm dado à nossa secretaria, pelo trabalho em equipe e força de vontade para garantir, cada vez mais, os direitos daqueles que mais precisam”, reitera.

Ações reforçadas
Para a diretora do departamento da Política de Assistência Social de Aracaju, Roberta Salgado, a pandemia de covid-19 causou danos não só à saúde, como, também, na área social, a exemplo do desemprego. Por isso, as famílias em situação de extrema pobreza e outros grupos vulneráveis, assistidos pelas unidades socioassistenciais do Município, vêm tendo acesso a benefícios eventuais como uma das ações da gestão municipal durante esse período.

“Já realizamos entregas mensais de cestas básicas em nossos Cras para usuários de extrema pobreza e hoje nossa demanda aumentou devido à covid-19. Por isso, estamos trabalhando nesse momento, estrategicamente, com o objetivo de minimizar os impactos a esses públicos durante e já pensando no pós-pandemia. Com base nisso, podemos compreender o quanto o papel do assistente social influencia nos aspectos sociais e nas vidas dos nossos usuários. Atuamos sempre com a melhor perspectiva: garantir uma melhor qualidade de vida para o nosso público”, explica Roberta.

O trabalho do assistente social reflete diretamente nas vidas de centenas de aracajuanos. A profissão é desempenhada em favor dos que mais necessitam, independentemente da idade, raça ou gênero, entre eles a população em situação de rua, que tanto precisam de apoio, principalmente em tempos de quarentena.

Para a assistente social Sanoli Gonzaga, técnica de referência da Abordagem Social, serviço da Prefeitura de Aracaju destinado às pessoas em situação de rua, o trabalho do assistente social voltado ao público em situação de rua tem sido desafiador.

“Posso afirmar que como assistente social, atualmente atuando como técnica de referência do Serviço de Abordagem Social, tem sido um desafio, primeiramente por se tratar de um serviço extremamente importante que busca identificar, atender e encaminhar as demandas de uma população que se encontra em situação de extrema vulnerabilidade nas ruas. A situação da pandemia só aumentou os riscos aos quais essa população está exposta e, nesse sentido, temos feito todos os esforços possíveis para conseguir assegurar acolhimento em condições adequadas para atender as necessidades dos nossos usuários”, diz Sanoli.

Assistente social há 13 anos, Meiry Ane Santana é coordenadora do Abrigo Caçula Barreto. Atualmente, ela está responsável por gerenciar o cuidado, a proteção e a garantia dos direitos de adolescentes que perderam todos os seus vínculos familiares.

“No meu trabalho, atuo na promoção da autonomia dos nossos meninos e meninas que estão em acolhimento institucional através de processos socioeducacionais, fazendo com que elas e eles reflitam, busquem seus direitos e consigam instrumentalizá-los. No acolhimento, fazemos com que eles tenham acesso aos seus direitos essenciais, a exemplo de educação, saúde, cultura, lazer e também o mundo da profissionalização. Atuamos pensando no presente e também no futuro de cada um”, afirma Meiry.

Para a assistente social Elisandra Barboza, que atua no Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (Paif) no Centro de Referência da Assistência Social (Cras) Gonçalo Rollemberg Leite, exercer a profissão não é uma tarefa fácil, principalmente em tempos de coronavírus.

“Temos que lidar com pessoas delicadas, fragilizadas, que estão à margem da sociedade e desprovidas do básico para a sobrevivência. Diariamente, com todo esse colapso da covid-19, essa situação se torna ainda mais complexa. Com esse novo cenário, agora temos que saber e entender as novas demandas do nosso público, que já sofria com situações adversas, e agravou com os impactos do novo coronavírus”, relata a profissional.