Prefeitura oferece testagem e atendimento a pessoas com sífilis no SUS de Aracaju

Saúde
04/08/2021 16h10

Em 2020, foram diagnosticados 260 casos de sífilis em Aracaju, com maior concentração nos bairros América, Olaria, Santa Maria e Santos Dumont. O dado é do último boletim epidemiológico elaborado pela Prefeitura de Aracaju, através do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde. As maiores incidências foram em pessoas de 15 a 19 anos e de 20 a 29 anos.

A sífilis é uma infecção sexualmente transmissível (IST) causada pela bactéria Treponema pallidum, que tem tratamento e cura. Na maioria das vezes ela é assintomática. A pessoa não sente nada, o que diminui a procura pelo  atendimento e pode aumentar a transmissão da bactéria nas relações sexuais sem camisinha.

“Os dados podem ser explicados pela vulnerabilidade desse grupo, mais exposto às ISTs, visto que está em uma fase de imaturidade etária, emocional e cognitiva, além de ser um período de descobertas e de grande influência de grupos sociais. Já a sífilis congênita, no ano passado, foram diagnosticados 141 casos”, explica a coordenadora da Rede de Programas de Vigilância e Atenção à Saúde da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), Débora Oliveira.

Atendimento
O diagnóstico da doença pode ser feito através de teste rápido, disponível em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e no Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA), no Cemar do bairro Siqueira Campos.
 
“O exame consiste na coleta de sangue através de um pequeno furo no dedo e o resultado sai em 20 minutos. Se a bactéria for detectada, o paciente inicia imediatamente o tratamento à base de penicilina benzantina, que é o antibiótico mais eficaz na cura da sífilis”, ressalta Débora.

O uso correto e consistente da camisinha nas relações sexuais e o correto acompanhamento durante a gravidez são meios simples, confiáveis e baratos de prevenção contra a sífilis. Mulheres devem fazer exame para verificar se são portadoras da doença antes de engravidar.

Se a mulher estiver grávida e infectada, deve fazer o tratamento adequado para não infectar o feto. O parceiro da gestante também deve fazer os exames no pré-natal e o tratamento correto. É importante também usar camisinha nas relações sexuais durante a gravidez.

“Depois desse estágio, a pessoa pode apresentar feridas na palma da mão e planta do pé; essa é a sífilis secundária. Se não houver tratamento, esses sinais também podem desaparecer, mas, novamente, depois de determinado período, podem ocorrer problemas cardíacos ou neurológicos, ocasionando até mesmo na morte de quem possui a doença”, alerta.

Os primeiros sintomas da doença são pequenas feridas nos órgãos sexuais e caroços nas virilhas (ínguas). “A ferida e as ínguas não doem, não coçam, não ardem e não apresentam pus. Podem surgir manchas em várias partes do corpo e queda dos cabelos. A doença pode ficar estacionada por meses ou anos, até o momento em que surgem complicações graves como cegueira, paralisia, doença cerebral e problemas cardíacos, podendo, inclusive, levar à morte”, complementa Débora.

Sífilis congênita
A sífilis congênita é resultante da transmissão da mãe para filho (transmissão vertical). Neste caso, o bebê pode desenvolver alterações no esqueleto e nos dentes, aumento do fígado e do baço, feridas na pele, anemia, icterícia, rinite e feridas na boca.

Muitos bebês nascem mortos ou morrem ainda na infância devido à hemorragia pulmonar. Por isso, é importante fazer o teste para detectar a sífilis durante o pré-natal e, quando o resultado é positivo (reagente), tratar corretamente a mulher e o parceiro. Só assim é possível evitar a transmissão para a criança.

“A sífilis na gestação pode ocasionar o trabalho de parto prematuro, o aborto precoce ou tardio. Já a sífilis congênita pode se manifestar logo após o nascimento, durante ou após os primeiros dois anos de vida da criança. Na maioria dos casos, os sinais e sintomas estão presentes já nos primeiros meses de vida. Ao nascer, a criança pode ter pneumonia, feridas no corpo, cegueira, dentes deformados, problemas ósseos, surdez ou deficiência mental. Em alguns casos, a sífilis pode ser fatal”, acrescenta Débora.