Prefeitura conclui primeira oficina de formação audiovisual do projeto Aracaju sem Racismo

Assistência Social e Cidadania
23/03/2022 17h32

No Centro Cultural de Aracaju, situado na praça General Valadão, Centro, a Prefeitura de Aracaju encerrou na tarde desta quarta-feira, 23, a primeira “Oficina de Formação em Produção Audiovisual” do Aracaju sem Racismo, projeto desenvolvido pela Gerência da Igualdade Racial da Secretaria Municipal da Assistência Social.

Cerca de 50 alunos do Coletivo Yibambé do Colégio Estadual Olavo Bilac, participaram do curso “Como Fazer Vídeo-Documentário com Celular”, no qual aprenderam sobre estruturas narrativas, roteirização, produção, direção de arte, planos de filmagem, movimentos de câmera, exibição de filmes, história do cinema negro, treino com equipamentos e realização de curtas-metragens com o uso do aparelho.

O Aracaju sem Racismo tem como público-alvo negros e negras do município inscritos no Cadastro Único (CadÚnico), e visa dar continuidade ao desenvolvimento de ações de enfrentamento ao racismo institucional e à violência contra a população negra, especialmente a juventude, e à construção de ações afirmativas étnico-raciais em espaços públicos e em diversas áreas da administração municipal.

De acordo com o diretor de Direitos Humanos da Assistência Social de Aracaju, Ilzver Matos, serão promovidas novas oficinas audiovisuais para jovens negros de bairros periféricos em Aracaju, divididos por região.

“A expectativa é para a formação de 300 jovens. Essa primeira turma foi muito importante para nós porque vemos a necessidade de promover pautas para jovens, sobretudo, negros de Aracaju. Foi uma parceria com o Colégio Estadual Olavo Bilac, e com o professor Jairton Peterson, do Coletivo Yibambé. Estamos trazendo movimentos sociais, escolas públicas junto à Prefeitura, ao Aracaju sem Racismo, ampliando as possibilidades de capilarização e de inserção desse projeto em diversos setores da sociedade”, destacou.  

Capacitações contínuas
O projeto contempla, ainda, a realização de 20 “Oficinas de Sensibilização e Formação sobre Racismo Institucional”, envolvendo trabalhadores do município, com carga horária de 30 horas, e “Curso de Formação em História Africana, Afro-brasileira e Afro-Sergipana” para professores da rede municipal de ensino, com carga horária de 80 horas.

As atividades estão sendo realizadas em parceria com a Fundação Municipal de Formação para o Trabalho (Fundat), Fundação Cultural Cidade de Aracaju (Funcaju), por meio do Núcleo de Produção Digital Orlando Vieira (NPD) e Secretaria Municipal da Saúde (SMS).

No encerramento do primeiro curso, foram entregues os certificados de conclusão aos alunos com carga horária de 30 horas. Participante do projeto, a estudante Vivian Maria da Conceição conta que, em busca de novas experiências, viu a oportunidade de abranger seus conhecimentos a partir da oficina.

“Foi incrível. Tivemos a oportunidade de conhecer o trabalho de pessoas incríveis. Tudo que vivenciamos nos ajudou a desenvolver um senso maior sobre a comunidade, aprendendo a lidar com os desafios do dia a dia. Foi muito legal. Fui convidada pelo meu professor que me explicou como seria o projeto e fomos desenvolvendo. Me interessei por ser uma nova experiência e continuei porque gostei, me identifiquei, e porque serviria para outras áreas e projetos de vida”, disse.  

O estudante Caio Oliveira tem o sonho de se tornar influenciador digital e destaca que o aprendizado adquirido durante os quase dois meses de oficina será utilizada para produzir um curta-metragem e criar um canal de vídeos.

“Me senti atraído sobre o tema porque além de falar do racismo em Aracaju, também abrangeu sobre adversidade. Aprendi muito com as aulas de edição e gravação. Já gostava dessas coisas, então com o que aprendi vou criar meu canal no YouTube e meu curta-metragem para fazer as pessoas refletirem sobre o racismo e fortalecer a luta contra esse mal”, contou.