Assistência Social

Meio século de sucesso e irreverência

Agência Aracaju de Notícias
08/06/2009 10h26

Por Priscila Viana (estagiária)

A partir do irreverente LP 'Prenda o Tadeu' a cantora Clemilda, um dos nomes mais respeitados do forró em Sergipe, ganhou seu primeiro disco de ouro, em 1985, diretamente das mãos do apresentador Bolinha, do SBT. Dois anos depois, ela ganharia novamente o mesmo prêmio, ao vender 100 mil cópias do LP ‘Forró Cheiroso'. O segundo disco de ouro da sua carreira foi entregue por Abelardo Barbosa, o Chacrinha.

O reconhecimento que Clemilda Ferreira da Silva conquistou junto a cantores e apresentadores de todo o Brasil não é gratuito. Natural de uma pequena cidade de Alagoas, ela enfrentou todo tipo de adversidades, para só então se descobrir na música e fazer a alegria de milhares de forrozeiros. Depois de quase 50 anos de carreira e 15 de Forró Caju, ela ainda continua sendo um dos grandes ícones do maior evento junino do Estado e um dos mais conhecidos do país. Nesta edição da festa, Clemilda sobe ao placo no dia 19, na abertura do Forró Caju 2009.

Agência Aracaju de Notícias (AAN) - Como o forró entrou em sua vida?
Clemilda - Ainda adolescente, nos anos 60, saí de Palmeiras dos Índios, em Alagoas, e fui para o Rio de Janeiro. Tinha alguns empregos temporários e lá passei a acompanhar mais os programas de música. Em 1965, consegui um espaço para cantar na rádio local, em um programa que apresentava calouros e profissionais. O nome era ‘Crepúsculo Sertanejo'. Quando percebi, já estava me envolvendo cada vez mais na música.

AAN - Foi lá que conheceu seu marido, não foi?
Clemilda - Sim. O Gerson [Filho] era um sanfoneiro famoso por lá. Logo ficamos amigos, gravamos juntos, e ele me acompanhou em alguns shows pelo Nordeste. Ele me sempre me motivou, desde o início.

AAN - Existe algum momento marcante em sua carreira que sempre se destaca nas lembranças?
Clemilda - As duas vezes em que ganhei os discos de ouro. O primeiro eu ganhei no Programa do Bolinha, em 1985, com o LP ‘Prenda o Tadeu'. Com o ‘Forró Cheiroso', chamado popularmente de ‘Talco no Salão', eu ganhei o segundo disco de ouro, no Programa do Chacrinha. Foram os dois momentos mais importantes pra mim. O resto é matéria em revista, jornal. E teve também o prêmio que recebi no Fórum do Forró, pelo qual agradeço bastante a Marcelo Déda, que na época era prefeito. Também agradeço muito ao atual prefeito, Edvaldo Nogueira, porque ele sempre se lembra de mim quando tem evento, mesmo que não seja para fazer show, mas para participar. Acho bom e gosto muito deles, porque eles me têm muita atenção.

AAN - Então a senhora se sente apoiada pelos setores públicos e privados?
Clemilda - Ah, sim! Bastante. Na época do São João, sempre se lembram de mim. Eu estou muito satisfeita com o que eu faço.

AAN - Vem fazendo muitos shows?
Clemilda - Hoje não muitos, porque tive um AVC [Acidente Vascular Cerebral]. Isso me limitou bastante em minhas viagens. Depois disso, nunca mais fiz nenhum programa, e olha que antes eu ia todo mês fazer uma remessa de programas no sul do país. Mas, depois disso, eu parei mais. E viagem para lugares distantes, nem pensar. Tenho medo, só fico por aqui mesmo. No São João daqui, me apresento duas vezes: uma no Arraiá do Povo e outra no Forró Caju, há exatos 15 anos.

AAN - Quais os programas que a senhora gravou nessas emissoras?
Clemilda
- Todos. Eu só não gravei o Fantástico, mas o resto... Xuxa, Chacrinha, Os Trapalhões...

AAN - Mas sente falta da rotina atribulada de antes?
Clemilda - Muita. Sinto muito. Cantar é o meu hobby, é o que faço há mais de 40 anos, então a gente acostuma. Gosto demais de tudo o que eu faço. E gosto quando as pessoas me procuram pra me dar essa atenção, quando colocam coisas em revistas, jornais. Fico muito agradecida e satisfeita. Não tenho palavras para agradecer ao meu público.

AAN - E como é o seu dia a dia hoje?
Clemilda - Faço o programa ‘Forró no Asfalto', sempre das 9 às 10 horas, na Rádio Aperipê AM 630. E tem também o da TV Aperipê, apresentado aos domingos, também das 9 às 10 horas, mas que eu sempre gravo na quarta-feira. Aqui na Aperipê eu estou em casa, sou muito feliz.

AAN - Para finalizar, gostaria de destacar e agradecer a alguém em especial?
Clemilda - Eu gostaria de agradecer a vocês, que fazem a Prefeitura todos os dias. Principalmente ao prefeito, Edvaldo Nogueira, e [Marcelo] Déda, que é o nosso governador. Nunca precisei correr atrás de ninguém, mas os dois são meus amigos. Gosto demais deles. Onde eles chegam que eu estou, eles me enxergam. Isso é muito importante pra mim.