Comerciantes e consumidores exaltam melhorias em feiras livres de Aracaju

Serviços Urbanos
21/03/2023 10h50

Durante três dias na semana a rotina de Wanderley Silva inicia cedo, muitas vezes bem antes do nascer do sol. Feirante há pelo menos 30 anos, o seu relacionamento com a venda de produtos ao ar livre é uma herança deixada pelos pais, vendedores de mariscos que lhe apresentaram ao trabalho em que, mais tarde, conheceria sua esposa, Josania Silva. Hoje, o casal divide a mesma banca e tem a venda de frutas e verduras como a principal forma de sustento da família, que inclui ainda dois filhos.  

“Eu trabalhava antes servindo ao Exército, mas o gosto mesmo era pela feira livre, o que agradeço aos meus pais, claro. Hoje, trabalhamos com satisfação e alegria em atender nossos clientes. Além disso, tem toda a organização que é positiva e segue melhorando. Eu lembro que antes, por exemplo, as barracas eram de madeira e a troca foi uma das melhores coisas que aconteceu. A gente espera que continue assim”, declara Wanderley, que comercializa nas feiras livres do Bugio, Augusto Franco e Castelo Branco. 

Na banca de Maria Silva Lima, nas feiras do Santo Antônio e Agamenon Magalhães, alegria e descontração são o que não faltam. Feirante há 19 anos, seu cotidiano é compartilhado com o esposo, que a auxilia na organização dos produtos, nas vendas e, em outras ocasiões, complementa a renda da família trabalhando como churrasqueiro. 

“Começar a vender nas feiras surgiu como uma necessidade, porque meu marido ficou sem trabalhar e daí eu precisava ajudar de alguma forma. Passei a vender junto com meu pai e estou aqui até hoje. Mas vou dizer uma coisa, é divertido demais, sem contar que a estrutura está excelente. Aqui mesmo no Agamenon, após a reforma, ficou nota dez e não tenho do que reclamar”, conta dona Maria. A feirante menciona a recente revitalização, feita pela Prefeitura de Aracaju, no espaço onde são realizadas as feiras dos conjuntos Agamenon Magalhães e Dom Pedro, às sextas-feiras e domingos, respectivamente, o qual recebeu um novo piso, rampas de acessibilidade e placas de conscientização. 

Representando uma das mais antigas formas de comercialização de produtos, os mais diversos, as feiras livres têm a sua história diretamente ligada à cultura popular. Na capital, 3.421 estruturas de comércio estão distribuídas em 29 desses espaços gerenciados pela Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emsurb), com realização entre terça-feira e domingo, estando entre as três maiores aquelas localizadas nos bairros Bugio, Santo Antônio e América, com mais de 350 bancas cada uma.

Em todas elas, o Prefeitura de Aracaju implementou, ao longo dos anos, diversas medidas com o objetivo de gerar maior conforto, tanto para os negociantes, quanto para os consumidores. Dentre as melhorias, está a padronização que contou com a substituição de toldos, novas barracas e tendas com lonas de proteção. Além disso, o horário de montagem também foi outro ponto observado, garantindo a trafegabilidade, sobretudo, nos locais com grande circulação de veículos. 

“A Emsurb trabalha, atualmente, com cerca de 40 profissionais de fiscalização, entre equipes próprias e de empresa terceirizada, efetuando um trabalho de monitoramento completo, evitando a entrada com bicicletas, por exemplo, e instruindo cada um dos comerciantes quanto às normas que devem ser seguidas, para que sejam mantidas a ordem e a plena organização desses espaços”, explica o coordenador de Feiras Livres da empresa municipal, Eronilton Santos Valença. 

Quem compra, aprova
Nas feiras livres é possível encontrar itens como carnes, frutas, hortaliças, laticínios e, até mesmo roupas e acessórios, aqueles que compram também enxergam vantagens, como é o caso do aposentado Silas Major, morador do bairro José Conrado de Araújo, onde está situada a feira do conjunto Agamenon Magalhães. 

"Resido e frequento essa feira há mais de 20 anos. A primeira vantagem é a economia de gasolina, pois já fica bem pertinho de casa. A segunda é que não muda nada em relação à qualidade de outros locais, pelo contrário. Comprar em feira traz mais facilidade na hora de escolher os produtos e serve para conhecer pessoas também. É bom demais”, comenta Silas. 

A dona de casa Oluziram dos Santos é privilegiada e tem duas feiras livres, administradas pela gestão municipal, próximas de sua casa: a do conjunto Agamenon Magalhães e a do Siqueira Campos, esta última implementada em novembro passado. Ela conta que, junto com sua família, mantém uma história com a feira do Agamenon e reconhece, enquanto frequentadora, as melhorias proporcionadas no local. 

“Comparado com a realidade que havia antes aqui, agora está uma maravilha, sem mais aquela lama que costumava ficar quando chovia e que não dava nem para colocar a sacola no chão. Agora posso dizer que está ótimo e estou feliz porque comprar em feira é sempre bom, principalmente, pela variedade e preços”, confessa a dona de casa de 57 anos. 

As feiras coordenadas pela Prefeitura de Aracaju, acrescenta o presidente Emsurb, Bruno Moraes, não apenas possibilitam maior comodidade e praticidade para comerciantes e a população, "como também servem de modelo para outros gestores, com solicitação de prefeituras que buscam saber como nossos estudos foram desenvolvidos e as melhorias implementadas, objetivando levar essa mesma realidade para seus municípios”.